quarta-feira, 8 de abril de 2009

Edição - Algumas dicas

 Fuçando na grande rede um tempo atrás, descobri um blog muito interessante sobre edição de vídeo, o Little Frog in High Def.

 Dentro do blog, há um podcast sobre algumas particularidades da profissão do editor de vídeo, interessante pra quem quer ser ou já é um. O nome do podcast é The Edit Bay, e já está no 8º episódio. Seguem os links abaixo:

Inscrição no podcast via iTunes: Link.

Download dos episódios em MP3: EP1, EP2, EP3, EP4, EP5, EP6, EP7, EP8.

Observação importante: em inglês.

Aos que acessam este blog e acham interessante: comentem! Digam o que acham, dêem sugestões... Quem sabe eu me animo para escrever mais frequentemente...

quarta-feira, 1 de abril de 2009

Desmistificando o CMOS - Rolling Shutter

Já faz algum tempo que escrevi esse texto abaixo, no fórum VideoBR, e resolvi colocá-lo aqui também.
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Andei lendo e estudando bastante sobre sensores de imagem nos últimos tempos, e tenho algo a adicionar sobre o velho "problema" do rolling shutter. Resumindo: o problema não é o Rolling Shutter em si, mas sim o chamado "read-reset time" do sensor.
Mas por quê? Bom, numa câmera de cinema, que usa película fotográfica, o obturador (shutter) mecânico funciona como se fosse um rolling shutter de um sensor CMOS. Abaixo uma animação em gif tirada da 
wikipedia, ilustrando o funcionamento de um shutter mecânico de uma câmera de película 35mm:

Notem na animação que, enquanto o semicírculo está bloqueando a entrada de luz, o mecanismo de transporte da película está posicionando o próximo fotograma. Tudo sincronizado. Assim que o fotograma está em posição, parado, o semicírculo libera a entrada de luz para expor o fotograma. Nesse momento, é possível ver que a borda do semicírculo funciona como o rolling shutter do CMOS, que forma a imagem no sensor à partir da parte de cima até embaixo, progressivamente. Ou seja, acontecem os mesmos efeitos nas duas situações.

Sendo assim, o rolling shutter do CMOS só é problema quando o tempo de read-reset dele é maior do que a velocidade com que o semicírculo expõe o fotograma de película. O que acontece é que a maioria dos sensores CMOS das câmeras do mercado tem o tempo de read-reset alto, deixando os efeitos de "skew" e "wobble" muito aparentes.

Por exemplo, a câmera RED One. Nas suas primeiras versões de firmware, segundo o próprio Jim Jannard (dono da empresa), o sensor CMOS Mysterium tinha um tempo de read-reset de algo próximo a 25, o que gerava uma quantidade razoável de skew. Já nas versões atuais de firmware, esse tempo caiu para algo entre 8 e 9. Ele também cita que o tempo que a borda do shutter mecânico demora para abrir a entrada de luz numa câmera de cinema é de 4. Não fica claro nas mensagens dele, mas acredito que esse tempo seja em milissegundos. Os próximos sensores, que estarão presentes nas câmeras RED Scarlet e Epic (Mysterium-X e Monstro), terão tempos de 5 e 3 respectivamente. Ainda segundo Jim, eles passaram 2 anos pesquisando essas questões sobre o rolling shutter, e chegaram à conclusão que o ideal é ter um sensor com rolling shutter de read-reset baixo, para manter a sensação que a filmagem em película passa. Eles até poderiam fazer um sensor com Global Shutter, mas o resultado seria, segundo ele, um material com uma sensação muito estéril, diferente do filme. E numa câmera de cinema digital, o objetivo é se aproximar das características visuais do cinema em película. E o sensor Monstro basicamente será o mais próximo possível da experiência fílmica, pois terá um tempo de read-reset menor do que uma câmera com shutter mecânico (3 contra 4), mas ainda assim mantendo o "feeling" do movimento. As considerações do dono da RED podem ser vistas aqui neste tópico:http://reduser.net/forum/showpost.php?p=257426&postcount=199.

Só pra citar, mesmo não tendo achado uma informação específica, estima-se que os sensores CMOS que equipam a EX1 ou câmeras similares têm read-reset de 30 ou mais.

Agora para casos específicos, como cobertura de eventos, onde há flashes disparando a todo momento, a melhor solução para uma câmera de vídeo ainda é o global shutter, para evitar aqueles frames com o flash iluminando apenas metade do quadro. Inclusive a câmera de cinema tem o mesmo problema do CMOS com flashes, só que amenizado pelo tempo de abertura menor do que a média dos read-resets atuais. Ou mesmo uma câmera fotográfica, DSLR ou 35mm, tem o mesmo problema, onde o shutter é mecânico. Por isso existe a sincronização de flash, exatamente para evitar a iluminação parcial do fotograma.

Nova câmera de vídeo da Canon?

  Saiu um boato no site canonrumors de que a Canon está trabalhando em uma nova câmera de vídeo profissional, que utilizaria um sensor CMOS APS-C com capacidade de captura de 120 frames por segundo, com resolução total de 12.1 MP. Esse sensor seria uma versão aprimorada dos atuais, com vistas ao vídeo, contando com um refresh rate reduzido, minimizando os efeitos causados pelo Rolling Shutter.

 Segundo o site, o corpo seria similar ao da XL H1, com montagem de lentes EOS, compatível com lentes EF e EF-S. A Canon estaria trabalhando em dois modelos de lentes zoom para a câmera, com motores quick AF e instant AF, uma delas wide começando em 16mm, e a outra tele começando em 70mm.

 Quanto aos modos de gravação, fala-se em 720p em 30 e 60 fps, e 1080p em 24, 30 e 60 fps. O formato de arquivo seria um tipo de Mpeg4 em 56Mbits/sec. O sistema de armazenamento seria baseado na tecnologia CFast. Ainda haveria a possibilidade de um módulo externo para gravação RAW em 12 bits, com comunicação SDI sem compressão e USB 3.

 Já estão até especulando o preço: 8 mil dólares para a câmera com a lente 16mm wide, e pelo menos 4 mil dólares para o módulo de gravação RAW. Nada mal!

 E o lançamento? Seria em algum momento de 2010. Como não há nada confirmado, apenas rumores, nada mais resta senão esperar alguma palavrinha oficial da Canon.

 Algo me diz que tudo isso indica uma clara resposta ao lançamento iminente da RED Scarlet ainda em 2009. Que bom seria ouvir agora coisas como "Sony anuncia nova PMW-EX5, com CMOS baseado nas câmeras DSLR Alpha", ou "Nova Panasonic HPX400 com CMOS derivado da LUMIX GH1".