sexta-feira, 2 de janeiro de 2009

2009: Scarlet pode mudar muitas regras no jogo audiovisual

Estamos finalmente em 2009! E o novo ano que começa, apesar de toda essa história de crise financeira, promete ser um divisor de águas em termos de produção audiovisual, mais exatamente no ramo de cinematografia digital.

E o motivo dessa mudança tem nome e sobrenome: RED Scarlet. Mas antes de começar toda a conversa, vale lembrar um detalhe importante: tudo não passa de suposição, já que a câmera ainda será lançada, e conforme diz o próprio slogan da RED, todo o projeto fica sujeito à mudanças até o efetivo lançamento.

Citarei alguns filmes, para depois desenvolver uma linha de raciocínio: "Star Wars Episódio II: O Ataque dos Clones", "O Caso Curioso de Benjamin Button", "Miami Vice", "Collateral", "Zodíaco", "Sin City", "Slumdog Millionaire", "Speed Racer". O quê todos esses filmes têm em comum, além do fato de serem sucesso de crítica e/ou público? Resposta: todos foram feitos, totalmente ou em grande parte, com câmeras de cinema digital com sensores de 2/3". E tudo indica que em 2009, pela primeira vez na história, pessoas com pouco ou quase nenhum orçamento poderão ter em mãos uma câmera que possibilitará ter uma qualidade de imagem comparável a produções de grande orçamento. E isso não é pouca coisa.

Só para recapitular algumas coisas na história recente do cinema: primeiro havia a película, majoritariamente 35mm, que demandava altos orçamentos para aluguel ou compra de câmeras, compra dos rolos de filme, processos de laboratório, transferências, copiões, negativos, positivos e tudo mais. Então veio a cinematografia digital e as coisas começaram a mudar, porém sem grandes diferenças em termos de custo de produção. Posso citar Dalsa Origin, Red One, Panavision Genesis, Thomson Viper FilmStream, Sony F-900, F23 e F35, Silicon Imaging SI-2K, Arri D-20 e D-21, exemplos de câmeras com uma qualidade excelente e que proporcionam custos de produção mais baixos que em película, porém longe de caber no orçamento dos chamados "Prosumers".

Existem boas câmeras voltadas para o mercado "Prosumer" atualmente, como Sony PMW-EX1, Panasonic HVX200 e suas similares com sensores de 1/3" e 1/2", todas com preços parecidos com o prometido para as Scarlets mais baratas. Acontece que, mesmo sendo boas câmeras, elas estão longe de ter a latitude (dynamic range), profundidade de campo e compressão exigidas por grandes produções hollywoodianas. Com tudo isso, a Scarlet será a primeira câmera "Prosumer" a oferecer não apenas um sensor de 2/3" a partir de 2.500 dólares, mas 120fps a 3k de resolução, arquivos RAW para controle na pós-produção (balanço de branco, exposição, cores...), e lentes intercambiáveis num pacote modular, que oferecerá a possibilidade de upgrades em partes separadas da câmera. Muitos desses atributos só vão aparecer em câmeras que atualmente custam até 10 vezes mais do que a Scarlet promete custar.

Não é demais lembrar que a câmera é apenas uma das peças no quebra-cabeça de produção de um filme, mas é um dos ítens mais importantes, senão o mais, dentro de uma produção de grande orçamento. Já temos atualmente iluminação, áudio, sistemas de edição e finalização profissionais a custos relativamente baixos, e se tudo correr dentro dos trilhos, em meses teremos uma câmera de alta qualidade e baixo custo!

Estou aqui falando de aspectos técnicos, mas não posso me esquecer de alertar sempre a todos: ótimos equipamentos não são nada nas mãos de pessoas sem força de vontade, conhecimento e criatividade! Pois então, mãos à obra para estudar e aprender um pouco mais a cada dia, porque quando a míriade de equipamentos de alta qualidade com baixo custo estiver totalmente disponível para todo e qualquer mortal, não haverá mais desculpa para não produzir grandes obras audiovisuais, além da falta de vontade, talento e conhecimento!

E que venham os lançamentos!

Fonte de inspiração e informação para este post: Blog TNG.